sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ser ou não ser... sei lá o que...



Estava aqui mexendo com minhas coisas, conversando com meus botões e vi uma bela frase do grande Mário Quintana que inclusive já publiquei aqui no blog e que diz o seguinte: "Subnutrido de beleza, meu cachorro-poema vai farejando poesia em tudo, pois nunca se sabe quanto tesouro andará desperdiçado por aí... Quanto filhotinho de estrela atirado no lixo!", daí me coloquei a pensar se analisarmos a frase modificando o foco central e no lugar de poemas colocarmos pessoas, pois se existem tanto filhotinho de estrela atirado no lixo enquanto poemas, imaginem pessoa. Quanta gente boa por aí, que igualmente são filhotinhos de estrela jogados aos cantos para que sua luz não irradie o mundo e faça dele um lugar melhor? E o pior, quanta gente boa existe por aí e que apesar de ser filhote de estrela se joga para o lixo, se rebaixa tanto em alguns setores de suas vidas, que acabam eles próprios abortando sua luz, deixando-a escondida?
Me sinto completamente vazio quando penso que pessoas brilhantes, que tem muito a oferecer ao mundo estão se acabando por aí buscando sem sucesso em coisas que não valem a pena uma felicidade que não existe. Pessoas que tem a felicidade a frente ali, e insistem em complicar sua vida buscando aventuras desmedidas e que sempre e digo sim, sempre trazem apenas mais dor, mais confusão, mais vazio. Claro que ter aventuras na vida é preciso. Mas tem gente que prefere viver de aventuras e esquecem que é preciso viver além das aventuras. Vive tanta aventura que não dá o tempo de saber o que quer de verdade. Não permite a sim próprio descobrir quais são os ideais de vida que deseja. O que se quer ser quando crescer, pois param na fase das descobertas, deixando de processar as descobertas para colocá-las em prática na vida. "Vamos de aventura em aventura" é o que pensam, e nada mais. "Minha vida vai ser uma grande aventura" e o que pensam. E ao final o choro incontrolável ao ver que tinha tanta luz a brilhar que ficou escondida atrás do casaco das aventuras. As aventuras foram desculpas para não dividir a luz com o resto do mundo sem pensar que a luz um dia acaba.
Mas daí vem a indagação: "Mas a vida não é uma grande aventura?" Sim, é uma aventura e das boas. Mas quando digo aventuras me refiro àquelas coisas que se sente vontade quando se está começando a conhecer o mundo. Um exemplo é no sexo, quando a pessoa se vê um ser humano pronto para o sexo e se entrega transar com o máximo de pessoas possível, pois é uma descoberta, uma aventura. "Quero descobrir o que é o menage, quero uma orgia." Nossa isso é o máximo dos máximos, descobrir-se o galã ou a mulher mais sensual que a própria Angelia Jolie. Mas viver apenas disso, de transa em transa não dá. Vejamos o exemplo dos grandes poetas da música brasileira (em minha opinião). Renato Russo conseguiu viver suas aventuras e descobertas, mas também parou e decidiu quero isso pra mim. Quero viver para minha música, para a poesia e principalmente quis viver para o amor. Sua luz brilhou e brilha muito até hoje. E sua vida não foi apenas aventuras. Ele assumiu responsabilidades e compromissos. Até mesmo Casuza com toda sua porralouquisse, apesar de viver quase que apenas aventuras. Sua luz brilhou e muito e de lampejos momentâneos deixou sua luz brilhar e não apenas as aventuras imperarem. Sei lá se o que estou dizendo faz sentido, mas fica aqui o meu pedido de "ACORDE" sabe-se lá para quem, e posso dizer que esse acorde também serve para esse que vos escreve. Que precisa tomar decisões importantíssimas na sua vida. Mas apresento aqui um dilema. Apesar de ter vivido muitas aventuras por um lado, por outros não vivi essas aventuras. Agora sim entendi. Agora sim cheguei onde desde o início queria chegar, no Yin&Yang, Yang, que é o princípio ativo, diurno, luminoso, quente, e o Yin, que é o princípio passivo, noturno, escuro, frio.
Acho que é isso. Era onde gostaria de chegar, é necessário que tenhamos esse Yin-yang esses dois lados para que assim, nesse ciclo infinito nossa luz possa brilhar e não apenas ficar escondida ou mesmo opaca, pois quando somos apenas Yin ou apenas Yang somos desbotados sem cor, incompletos. Somos apenas uma parte e para sermos estrela e brilhar muito precisamos ser inteiro, completos.

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