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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Só Modão...

Chora Viola
Tião Carreiro e Pardinho


 
Eu não caio do cavalo nem do burro e nem do galho
Ganho dinheiro cantando a viola é meu trabalho
No lugar que tem sêca, eu de sêde lá não caio
Levanto de madrugada e bebo o pingo de orvalho
Chora Viola

Não Como gato por lebre , não compro cipó por laço
Eu não durmo de botina não dou beijos sem abraço
Fiz um ponto lá na mata caprichei e dei um nó
Meus amigos eu ajudo, inimigo eu tenho dó
Chora Viola

A Lua é dona da noite o sol é dono do dia
Admiro as mulheres que gostam de cantorias
Mato a onça e bebo o sangue, furo a terra e tiro o ouro
Quem sabe aguentar saudade não aguenta desaforo
Chora Viola

Eu ando de pé no chão piso por cima da brasa
Quem não gosta de viola que não ponha o pé lá em casa
A viola está tinindo, o cantador tá de pé
Quem não gosta de viola, brasileiro bom não é
Chora Viola

Só Modão...

Minas Gerais
Tião Carreiro e Pardinho

 
 
Se a minha vista alcançasse
Onde o pensamento vai
Talvez não sofresse tanto
Por não ver Minas Gerais

Nunca mais minha Araponga
Escutei cantar nas mata
Pra mineira que eu adoro
Eu nunca mais fiz serenata

Quero meu pai e mãe abraçar
Ouvir o sabiá cantador
A campina o perfume da flor
Lá da serra ver o sol raiar

Quero ver o meu céu estrelado
E o clarão que a lua faz
Ver meu amor que felicidade
Quanta saudade, Oi Minas Gerais!
Oi Minas Gerais.

Vivendo assim tão distante
A saudade é muito mais
Você sofre, eu também sofro
Padecemos os dois iguais

Longe de ti meu benzinho
Fico sempre a padecer
Saudade está me matando
Eu sou capaz de enlouquecer

Quero meu pai e mãe abraçar
Ouvir o sabiá cantador
A campina o perfume das flor
Lá da serra ver o sol raiar

Quero ver o meu céu estrelado
E o clarão que a lua faz
Ver meu amor que felicidade
Quanta saudade.Oi Minas Gerais!
Oi Minas Gerais!

Só Modão...

Rei do Gado
Tião Carreiro e Pardinho


 
Num bar de Ribeirão Preto
Eu vi com meus olhos esta passagem
Quando champanha corria a rodo,
No alto meio da grã-finage

Nisto chegou um peão
Trazendo na testa o pó da viagem
Pro garçom ele pediu uma pinga,
Que era pra rebater a friage

Levantou um almofadinha e falou pro dono
"Eu tenho má fé
Quando um caboclo que não se enxerga,
Num lugar deste vem pôr os pés.

Senhor que é o proprietário
Deve barrar a entrada de qualquer.
Principalmente, nesta ocasião,
Que está presente o rei do café"

Foi uma sarva de parmas
Gritaram viva pro fazendeiro
"Quem tem milhões de pés de cafés
Por este rico chão brasileiro?

Sua safra é uma potência
Em nosso mercado e no estrangeiro
Portanto vejam que este ambiente
Não é pra qualquer tipo rampeiro"

Com um modo bem cortês
Responde o peão pra rapaziada
"Essa riqueza não me assusta,
Topo em aposta qualquer parada

Cada pé desse café
Eu amarro um boi da minha invernada
E pra encerrar o assunto eu garanto
Que ainda me sobra uma boiada"

Foi um silêncio profundo,
O peão deixou o povo mais pasmado
Pagando a pinga com mil cruzeiro,
Disse ao garçom pra guardar o trocado

"Quem quiser meu endereço
Que não se faça de arrogado
É só chegar lá em Andradina,
E perguntar pelo rei do gado"

Só Modão...

Boiada Cuiabana
Tião Carreiro e Pardinho

 
Vou conta a minha vida do tempo que eu era moço
De uma viagem que fiz lá pro sertão do mato grosso
Fui buscar uma boiada isto foi no mês de agosto

Meu patrão foi embarcado pra linha sorocabana
Capataz da comitiva era o Juca flor da fama
Fui tratado pra trazer uma boiada cuiabana

No baio foi João negrão no tordilho Severino
Zé Garcia no alazão e no pampa foi Catarino
A madrinha e o cargueiro quem puxava era um menino

Eu sai de lambari na minha besta ruana
Só depois de trinta dias que cheguei em Aquidauana
Lá fiquei enamorado de uma malvada baiana

Ao chegar em campo grande num cassino eu fui chegando
Uma linda paraguaia na mesa estava jogando
Botei a mão na algibeira dinheiro estava sobrando

Ela mandou me dizer pra que eu fosse chegando
Eu mandei dizer pra ela vai bebendo eu vou pagando
Eu joguei nove partidas meu dinheiro foi rodando

Declamado:

A lua foi se escondendo vinha rompendo a manhã
Aquela morena faceira trigueira cor de romã
Soluçando me dizia,
Mutchacho leva-me contigo que te darei toda a minha alma,
Todo meu amor, todo meu carinho, toda minha vida
Os boiadeiros no rancho estavam prontos pra partida
Numa roseira cheirosa os passarinhos cantavam
Minha besta ruana parece que adivinhava
Que eu sozinho não partia, meu amor me acompanhava

Cantado: Eu parti de campo grande com a boiada cuiabana
Meu amor veio na anca da minha besta ruana
Hoje tenho quem me alegra na minha velha choupana

Só Modão...

Pagode em Brasília
Tião Carreiro e Pardinho

 
Quem tem mulher que namora
Quem tem burro impacador
Quem tem a roça no mato me chame
Que jeito eu dou
Eu tiro a roça do mato sua lavoura melhora
E o burro impacador eu corto ele de espora
E a mulher namoradeira eu passo o coro e mando embora

Tem prisioneiro inocente no fundo de uma prisão
Tem muita sogra increnqueira e tem violeiro embruião
Pro prisioneiro inocente eu arranjo advogado
E a sogra increnqueira eu dou de laço dobrado
E o violeiro embruião com meus versos estão quebrados

Bahia deu Rui Barbosa
Rio Grande deu Getúlio
Em Minas deu Juscelino
De São Paulo eu me orgulho

Baiano não nasce burro e gaucho é o rei das cochilhas
Paulista ninguém contesta é um brasileiro que brilha
Quero ver cabra de peito pra fazer outra Brasília No estado de Goiás meu pagode está mandando
O bazar do Vardomiro em Brasília é o soberano
No repique da viola balancei o chão goiano
Vou fazer a retirada e despedir dos paulistano
Adeus que eu já vou me embora que Goiás tá me chamando.