“Não lemos nem escrevemos poesia porque é bonitinho. Lemos e escrevemos poesia porque somos membros da raça humana. E a raça humana está repleta de paixão. A medicina, advocacia, administração e engenharia são objetivos nobres e necessários para manter-se vivo. Mas a poesia, beleza, romance, amor… É para isso que vivemos.” Extraído do filme: Sociedade dos Poetas Mortos
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Momento da Poesia...
domingo, 19 de dezembro de 2010
Vixe..
Momento da Música...
Momento da Poesia...
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Momento da Poesia...
adoro flores
adoraria ter a casa toda nadando em rosas
meu Deus do céu
não tem nada no mundo como a natureza
as montanhas selvagens
depois o mar as ondas em tropel
e depois a beleza do campo as plantações de aveia e trigo
os animais pra cá pra lá tão bonitos
deve fazer bem à alma isso
ver os rios os lagos e as flores
e formas de todos os jeitos e cheiros
e cores saltando de tudo até do fosso
primaveras e violetas
é a natureza
e esses que dizem que Deus não existe
não dou nada pela ciência deles
porque não vão e criam alguma coisa
já perguntei pra ele tantas vezes
ateus ou sei lá como se chamam
primeiro que tratem de lavar sua sujeira
depois mandam chamar o padre aos berros
quando vão morrer
e por quê
por quê
porque tem pavor do inferno por causa da consciência pesada
ah sim
conheço bem esses
quem foi a primeira pessoa do universo
antes que existisse qualquer outra
quem fez tudo isso
quem
ah isso eles não sabem
e nem eu sei
pois é
eles podiam proibir o sol de nascer amanhã de manhã
o sol brilha é por tua causa
ele me disse no dia em que deitamos sobre os rododendros
no promontório de Howth
com se terno cinza e chapéu de palha
no dia em que fiz ele falar de casamento
foi
antes lhe passei com a boca um pedaço de bolo cheiroso
foi um ano bissexto também
há 16 anos meu Deus
depois daquele beijo que não acaba nunca
que quase me deixou sufocada
sim
ele me disse que eu era uma flor da montanha
sim
é isso mesmo
somos flores completamente
o corpo todo da mulher
sim
tai uma verdade que ele disse na vida
hoje o sol brilha por tua causa
sim
foi por isso que eu gostei dele
porque vi que ele entendia
ou sentia o que é uma mulher
e eu sabia que podia fazer dele o que eu quisesse
e fui dando a ele todo prazer que eu podia
para obrigá-lo a me pedir pra dizer sim
e eu não queria dizer logo
e fiquei só olhando para o mar e o céu
e pensando muitas coisas de que ele não sabia
em Mulvey e Mr. Stanhope e Hester
no pai
no velho Capitão Groves
nos marinheiros que brincavam de carniça e lava prato
assim diziam lá no cais
e no sentinela na frente da casa do governador
com aquela coisa em volta do capacete branco
pobre diabo meio assado
e as moças espanholas rindo com seus xales seus pentes altos
e os leilões de manhã
os gregos os judeus os árabes
e o diabo sabe lá quem mais
de todos os cantos da Europa
e Duke Street
e a feira de aves cacarejando defronte Larby Sharon
os burrinhos coitados que tropeçavam morrendo de sono
e uns sujeitos vagos com seus mantos dormindo nos degraus
na sombra
e as rodas enormes dos carros de touros
e o castelo de milhares de anos
sim
e aqueles mouros lindos de branco e turbante
como reis
pedindo a gente pra sentar em suas lojinhas de nada
e Ronda com as velhas janelas das posadas
olhos faiscando atrás da rótula
para o namorado beijar a treliça
e as tabernas meio abertas durante a noite
e as castanholas
e a noite em que perdemos o navio para Algeciras
o vigia que fazia a ronda sereno com sua lanterna
e oh essa horrível corrente lá no fundo
oh
e o mar
o mar às vezes escarlate como fogo
e o por-do -sol maravilhoso
as figueiras nos jardins da Alameda
sim
e todas aquelas ruazinhas engraçadas
as casas cor de rosa azul amarelas
e os jasmins os gerânios os cactos
e Gibraltar quando eu era mocinha
uma Flor da montanha
sim
quando pus a rosa como faziam as andaluzas
sim vou usar um vestido vermelho
e como ele me beijou debaixo da muralha mourisca
e eu pensei afinal tanto faz ele como qualquer outro
e então eu pedi a ele com os olhos pra pedir outra vez
sim
e então ele me perguntou se eu queria
sim
dizer sim
minha flor da montanha
e primeiro eu passei o braço
sim
e puxei ele pra mim para que sentisse meus seios perfumadíssimos
sim
e o coração dele batia feito louco
e sim
eu disse sim
eu quero muito
Sim
James Joyce
Frase do Dia...
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Momento da Poesia...
domingo, 14 de novembro de 2010
Frase do Dia...
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Momento da Música...
Cansaço
Cristina Madeira e Carlos Goçalves
Momento da Poesia...
O que há em mim é sobretudo cansaço — Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, Há sem dúvida quem ame o infinito, E o resultado? Álvaro de Campos |
Desabafo de um qualquer...
sábado, 30 de outubro de 2010
Frase do Dia...
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Para refletir...
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Momento da Poesia...
me constrange nesse vai e vem de semblantes
do cumulo de ver o amante
da lida e das idas
Venturas vão ocorrendo
o no peito a dor corrompendo
e na carne nua e crua
do ventre de quem amavas
só lágrimas, só lágrimas
Bandida a vida que me fenece
morte é sorte
não consigo com esse corte
não adianta ser forte
Mais que a carne
dói a alma
dói a palma
na face que outrora beijava
que outrora acarinhava
Bandida a vida que me entristece
me emudece
me empalidece
nesse visgo me prendi, perdi
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Para Refletir...
Interprete: Ana Carolina
Autora: Elisa Lucinda
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
“ - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.”
E eu vou dizer:
”- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.”
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi:
” - Não admito! Minha esperança é imortal!”
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.
Uma das melhores coisas do Brasil...
E não venham me falar que "O povo tem o governo que merece". Mas vejamos bem. A grande parte da população, e não me entendam de forma pejorativa, mas o povão é a maior parte da população brasileira e esse povão que, na maioria das vezes, decide a favor desses corruptos. Isso porque desde o Império Romano que a política do Pão e Circo impera em governos em todo o mundo e no Brasil essa política não impera, é lei, pois essa grande parte dos brasileiros ficam com a "maior" parte do dinheiro de nossa nação, cerca de R$ 200,00 (duzentos reais) mensais, chamado de Bolsa Família! E essa "vultuosa" quantia faz parte do pão que é distribuído todos os meses a essa "abastada" parte da população brasileira. O circo nós vemos todos os dias aí, pois como dito em um post anterior, esses políticos gostam de fazer o brasileiro de palhaço, nos tornando um grande circo. Mas será que olimpíadas, copa do mundo e outros do genero não são o circo a outra face da distração? Pois é, mas o que importa é que todo mês, enquanto alguns políticos estiverem lá retirando para si uma pequena fatia da grana brasileira, uns milhõeszinhos, essa grande parte da população estiver recebendo essa fortuna, diga-se de passagem: R$ 200,00 (no máximo, antes o máximo era R$ 180,00) todo mundo fica feliz e a vida segue. Nós no nosso grande circo chamado Brasil, onde uma das melhores coisas existentes é a corrupção.
Mas o pior ainda esta por vir, já ouvi de algumas pessoas a seguinte frase: "Que bom que o brasileiro tem memória curta pra essas coisas, pra que causar esse sofrimento constante para o povo? É bom que esqueçam mesmo!". E tal frase não veio de uma pessoa oriunda do povão e sim de um universitário, um acadêmico (não conto o curso nem se me baterem com o braço direito) que encontra-se em uma universidade e em tese está buscando conhecimento, saber e cultura. É isso aí, uma das melhores coisas do Brasil... A corrupção é boa mesmo nós é que ainda não aprendemos a lidar com ela e ainda não descobrimos que ela nos trás maravilhosos benefícios, honestidade e honradez na política é que são um barbaridade...
domingo, 10 de outubro de 2010
O Motivo...
Frase do Dia...
Momento da Poesia...
Reinvenção
A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Cecília Meireles
terça-feira, 5 de outubro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Para Refletir...
Momento da Poesia...
Momento da Música...
Frase do Dia...
sábado, 25 de setembro de 2010
Momento da Música...
Meu coração não aguenta
Tanta tormenta, alegria
Meu coração não contenta
O dia, o marco, meu coração
O porto, não!...
Navegar é preciso
Viver não é preciso...(2x)
O Barco!
Noite no teu, tão bonito
Sorriso solto perdido
Horizonte, madrugada
O riso, o arco da madrugada
O porto, nada!...
Navegar é preciso
Viver não é preciso (2x)
O Barco!
O automóvel brilhante
O trilho solto, o barulho
Do meu dente em tua veia
O sangue, o charco, barulho lento
O porto, silêncio!...
Navegar é preciso
Viver não é preciso...(6x)
Frase do Dia..
Momento da Poesia...
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Frase do Dia...
Momento da Poesia...
Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.
Momento da Música...
Daniel Na Cova Dos Leões
Legião Urbana
Composição: Renato Russo / Renato Rocha
Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo
De amargo então salgado ficou doce,
Assim que o teu cheiro forte e lento
Fez casa nos meus braços e ainda leve
Forte, cego e tenso fez saber
Que ainda era muito e muito pouco.
Faço nosso o meu segredo mais sincero
E desafio o instinto dissonante.
A insegurança não me ataca quando erro
E o teu momento passa a ser o meu instante.
E o teu medo de ter medo de ter medo
Não faz da minha força confusão
Teu corpo é meu espelho e em ti navego
E eu sei que a tua correnteza não tem direção.
A motor e insistir em usar os remos,
É o mal que a água faz quando se afoga
E o salva-vidas não está lá porque
Não vemos