Arranca-me, é vento; do chão da existência,
de ser um lugar! E, pela noite que fazes mais’scura,
pelo caos furioso que crias no mundo, dissolve em
areia esta minha amargura, meu tédio profundo.
E contra as vidraças dos que há que têm lares,
telhados daqueles que têm razão, atira, já pária
desfeito dos ares, o meu coração! Meu coração triste,
meu coração ermo, tornado a substância dispersa e negada
do vento sem forma, da noite sem termo, do abismo e do nada!
de ser um lugar! E, pela noite que fazes mais’scura,
pelo caos furioso que crias no mundo, dissolve em
areia esta minha amargura, meu tédio profundo.
E contra as vidraças dos que há que têm lares,
telhados daqueles que têm razão, atira, já pária
desfeito dos ares, o meu coração! Meu coração triste,
meu coração ermo, tornado a substância dispersa e negada
do vento sem forma, da noite sem termo, do abismo e do nada!
(Fernando Pessoa)
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